13 Abr Ordem dos Dentistas: Cuidado com a compra de aparelhos dentários na Net
O Jornal Público debruça-se sobre um tema que tem afetado a saúde oral dos portugueses, após uma campanha lançada pela Ordem dos Médicos Dentistas.
Com a pandemia, a compra de material de saúde online aumentou exponencialmente e os aparelhos dentários não são exceção. Como é habitual, aumentaram também os casos de fraude com efeitos nefastos para a saúde.
Os aparelhos dentários devem ser prescritos apenas por Ortodontistas, médicos dentistas com especialização em ortodontia devidamente licenciados para o efeito. Em caso de dúvidas, coloque-nos as suas questões de forma totalmente gratuita clicando AQUI.
Notícia do Jornal Público
A Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) lançou uma campanha de alerta para os perigos de teleconsultas de ortodontia e compra de aparelhos dentários online, uma situação já reportada à Entidade Reguladora da Saúde, disse esta terça-feira à Lusa o bastonário dos dentistas.
“Tudo isto vem de uma participação de vários colegas e também de alguns doentes relativamente à crescente oferta de serviços de medicina dentária”, através de anúncios publicitários online, que deturpa “os princípios de atuação médica”, adiantou o bastonário da OMD.
Miguel Pavão explicou que o tratamento ortodôntico tem “alguma complexidade” e requer “um conhecimento de causa pelo médico dentista e também um acompanhamento de perto e de grande compromisso” pelo especialista.
“Não pode nunca dispensar qualquer tipo de consultas de diagnóstico, de planeamento, de avaliação de controlo, e o que nunca pode estar aqui em causa é ser o doente a fazer passos cruciais para esse mesmo diagnóstico”, advertiu.
Autoavaliação tem riscos para o doente
Miguel Pavão exemplificou que há casos em que é próprio doente que faz a autoavaliação, através de fotografias do tipo selfie obtidas por telemóvel.
“Em certos casos é o doente que faz impressões [modelos de estudo] a si próprio, que faz o registo da arcada e da forma dos seus dentes, e isto tem realmente alguns riscos para o doente e põe em causa erros neste diagnóstico e obviamente em todo o plano de tratamento”, realçou.
Depois deste procedimento, os aparelhos (geralmente alinhadores) são enviados para o doente por correio mediante o pagamento de uma verba, sendo que a monitorização do progresso do tratamento ocorre, maioritariamente ou exclusivamente, sem contacto físico do dentista com o doente.
“Os tratamentos de teleconsultas estão previstos em muitos casos e agora com a pandemia verificaram-se bastantes e com razão. Contudo, não podemos nunca inverter aquilo que são as exigências do acompanhamento médico e das consultas com passos fundamentais para o diagnóstico e para o tratamento”, defendeu.
A OMD salienta que é fundamental não só avaliar a evolução do tratamento, mas também detetar precocemente possíveis complicações, tal como movimentos dentários indesejáveis, reabsorção das raízes, problemas que afetam as gengivas e o suporte dos dentes ou outras patologias intraorais.
Miguel Pavão aconselha os doentes a conhecerem o nome do dentista responsável pelo tratamento e a garantir que têm contacto direto com o profissional, bem como a rejeitarem estes tratamentos, que só podem ser realizados por dentistas inscritos na Ordem.